O Bairro onde moramos - entrevista com Sueli Fernandes

O bairro onde moramos é um lugar onde, no decorrer dos anos sofreu diversas alterações. Nosso grupo foi atrás para descobrir mais sobre o bairro, e conversamos com a mãe de uma das integrantes do grupo. Confiram: 

Entrevistada: Sueli Fernandes
Bairro: Jardim Ubirajara


- Poderia dizer como era o bairro antigamente? 

Sueli: Antigamente as ruas não eram asfaltadas, quando chovia as pessoas não podiam sair de casa, pois a lamaceira era tanta que as pessoas escorregavam, e até mesmo afundavam quando davam algum passo. Porém, quando secas, a poluição era ainda maior, quando passava algum caminhão, além do combustível poluir, a poeira aumentava muito, mal conseguíamos enxergar, muito menos respirar.

- Mudou muita coisa no decorrer do tempo?

Sueli: Sim, muitas coisas mudaram. As ruas, a maioria, hoje são asfaltadas, existe postes com luzes por todo lado, antes ao anoitecer, se não fosse as luzes das casas, as ruas seriam totalmente escuras.
Os prédios que hoje vemos por todos os lados, antigamente não existia. Até existiam, mas não tantos quanto agora. A tecnologia ficou mais avançada, eram poucos os que tinha computadores. Os carros de luxo que vemos hoje, antigamente eram apenas fusquinhas, e combes. Hoje todos tem computadores, tabletes e carros de última geração.

- Você acha que essas mudanças foram boas ou ruins?

Sueli: Depende do ponto de vista em que vamos olhar. Embora toda aquela lama tenha sido substituída por concreto, as ruas são muito sujas. O caminhão do lixo passa uma vez por semana, algo que acho errado, eles deveriam passar mais vezes. Existe ainda muitos esgotos, e as pessoas tem mania de tacar fogo nos lixos, piorando ainda mais a situação.
Claro que existe o lado bom disso tudo, a luz que antes não tínhamos, á água, a internet que hoje permite pra vocês mais jovens conversarem entre amigo, estudarem, fazerem trabalho. Antigamente usávamos maquinas de escrever ou fazíamos de próprio punho, e dava muito trabalho, a geração de vocês é uma geração privilegiada, vocês tem tudo o que não tínhamos.

- O que você acha que tem que mudar ainda?

Sueli: Muita coisa, e acredito que no decorrer do tempo vão haver várias alterações não só no nosso bairro, mas em todos. Mas acredito que o que deve mudar são os conceitos das pessoas, de acharem que jogando lixo na rua contribuem para o emprego do gari.

- No bairro existe muita poluição, falta d'água?

Sueli: Sim, existe muita poluição, por causa dos esgotos, do lixo a céu aberto, que os lixeiros insistem em sempre limpar, tirar todo o lixo acumulado nas calçadas, mas os próprios moradores voltam a jogar o lixo no mesmo lugar, e muita das vezes tacam fogo, chegaram até a atingir um cachorro que passava na horas.
 Sobre a falta d'água, sempre estão cortando nossa água e a conta a cada dia aumenta mais. As vezes é um absurdo, nós economizamos a água e muita das vezes as contas chegam a vir quase 600 reais. Ou seja, nós não gastamos quase nada, eles cortam nossa água e ainda sim pagamos muito caro. Tem vezes que já chegamos a ficar uma semana sem água. Eles desligavam a água o dia inteiro e durante a noite, ás 23 horas ou até mesmo 12 horas, eles ligavam a água apenas para encher as caixas d'água e nós temos que nos viram para que dure o dia inteiro. 

- E por falar em água, o que você nos diz sobre a crise de atualmente?

 Sueli: Não me surpreendo. Vejo pessoas que lavam suas calçadas com mangueiras, desperdiçando água, quando se pode usar um balde e evitar tando desperdiço. Homens que lavam seus carros com a torneira aberta, sem se preocupar com o tanto de água que está gastando. A crise de hoje não me surpreende. Pois, o ser humano toda a vida desperdiçou a água, não soube usá-la corretamente. O ser humano é muito egoísta de achar que a água duraria para sempre. E mesmo vendo a crise que estamos vivendo as pessoas não acordam, não percebem que algo precisa ser feito. Só eu e minha família fazendo nossa parte não adiante, temos que todos nos unir e fazer nossas partes. O futuro não depende apenas de uma pessoa, e sim de uma população inteira.

- E o que você está fazendo para a situação melhorar?

Sueli: Primeiro de tudo, e muito importante, eu incentivo meus filhos a não jogarem o lixo na rua, a não demorar no chuveiro, não desperdiçar água atoá, e outras coisas. Como mãe, sempre procuro ser exemplo para os meus filhos. Quando lavo roupa, a água que fica no tanque eu uso ela para lavar meu quintal e minha calçada. Sempre estou varrendo minha calçada, colaborando para o emprego daqueles que amanhece o dia varrendo nossas calçadas para se viver em um bairro habitável, em que devemo ter orgulho de andar pelas ruas e vê-las limpas.

- Para terminar nossa entrevista, qual mensagem gostaria de deixar para aqueles que vão estar lendo essa entrevista?

Sueli: Apenas que cuidem do bairro onde moram, incentivem as pessoas ao seu redor a fazer o mesmo, incentivem seus filhos para que eles possam incentivar as próximas gerações e que possamos viver em paz, o verde do nosso planeta está por um triz e algo precisa ser feito, e a hora é agora.

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